A vida real é simples

"O que descobrimos quando começamos a ver de uma forma mais simples, quando começamos a aceitar as complexidades da vida, quando não tentamos controlar a vida como fenômeno, é que a vida é uma coisa maravilhosa. A vida, quando vivemos de uma forma simples, nos oferece mais: oferece mais saúde, mais liberdade de opção e, principalmente, oferece mais sentido."

Koho Mello em Simplicidade como caminho | TEDxPelourinho

O que é Simple School

É um espaço de partilha sobre um estilo de vida simples e também um espaço de consultoria terapêutica sistêmica e em qualidade de vida.

Com a finalidade de estruturar nossa compreensão e prática de um estilo de vida mais simples, podemos adotar um modelo bem resumido, baseado em áreas gerais da ação humana: Energia, Espaço-Tempo e Relacionamentos. Em cada área, podemos analisar nossas possibilidades no nível físico, emocional e mental/conceitual.

Energia

O verdadeiro crescimento é a capacidade demonstrada por uma sociedade de transferir quantidades cada vez maiores de energia e atenção do aspecto material da vida para o aspecto não-material.

Espaço-tempo

Os efeitos de nossa relação com Espaço e Tempo são inevitáveis e perceptíveis em nossa existência. Como seres humanos, não há como negar que um dia nascemos, estamos envelhecendo continuamente.

Relacionamentos

Nossas identidades formam-se a partir de nossos relacionamentos, em um processo de cossurgimento simultâneo e interdependente. Qualquer papel que desempenhamos na existência só se manifesta através de um mecanismo.

Lei da Simplificação Progressiva

“O verdadeiro crescimento é a capacidade demonstrada por uma sociedade de transferir quantidades cada vez maiores de energia e atenção do aspecto material da vida para o aspecto não-material e, assim, evoluir em cultura, potencial de compaixão, sentido de comunidade e força democrática.”

Jorge Koho Mello

Jorge Koho tem se dedicado a desenvolver e testar um sistema de economia social baseado na ética budista e nos princípios do livro “Small is Beautiful” de E. F. Schumacher. Atualmente, reside em Zürich (Suíça), onde coordena as atividades do Zürich Zen Center, Centro de Prática Budista Soto Zen, que oferece Práticas formais e tem atuação no Budismo Social Engajado e Diálogo Interreligioso. Além disso, atua como consultor em terapia sistêmica e em qualidade de vida.

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” A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.“

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Energia

A maior simplificação possível seria dizer que tudo é energia, em diversas frequências de manifestação. Porém, essa abordagem não eliminaria a necessidade de lidarmos objetivamente com questões bem práticas, de modo a manter a existência em um nível ótimo de saúde e plenitude.

Por exemplo, podemos considerar “Energia” do ponto de vista da nutrição, e ver como seria possível otimizar nossas escolhas nutricionais no plano físico, emocional e mental, tanto sob os aspectos quantitativos – o quanto consumimos – quanto qualitativos – o que consumimos.

Se aspiramos uma existência com mais qualidade e sentido, devemos ter a disposição de observar de forma honesta que resultados estamos obtendo com nossas escolhas. Se verificamos que esses resultados não são satisfatórios, é nosso direito – e deveríamos considerar nosso dever existencial – agir para modificar essa situação.
Provavelmente, perceberemos que estamos atuando sob condicionamentos que limitam nossa liberdade de optar. Nesse caso, o caminho mais eficaz será tornar nossas ações mais conscientes, no sentido de superar os hábitos gerados pelos condicionamentos.

Mudanças estruturais desse porte somente serão viáveis e duradouras se respeitarem nosso ritmo pessoal e nossas circunstâncias atuais, isto é, os passos deverão estar de acordo com nossa capacidade de manter o movimento na direção almejada.

Nesse sentido, é importante lembrar que nossa capacidade de ação aumenta pelo simples fato de percebemos diferentes opções ao nosso alcance, e se as utilizamos com discernimento. Para isso, é importante acessar informações qualificadas sobre essas possibilidades. Possibilitar esse acesso é um de nossos objetivos neste website.

Espaço-Tempo

Os efeitos de nossa relação com Espaço e Tempo são inevitáveis e facilmente perceptíveis em nossa existência. Em nosso processo vital como seres humanos, não há como negar que um dia nascemos, estamos envelhecendo continuamente, lidamos eventualmente com desequilíbrios na forma de doenças, e certamente iremos morrer.

Embora esses fatos sejam inegáveis, nossa percepção deles é relativa, em função de muitas variáveis. Da mesma forma, também temos relativa liberdade quanto à forma de responder a essas percepções. Assim, podemos nos tornar mais conscientes e fazer opções mais gratificantes sobre como nos relacionaremos com nossa situação – onde estou no mundo – e prioridades – o que faço com o tempo que disponho.

Em resumo, os aspectos espaço-temporais da existência nos recordam a finitude humana, e sua relativa pequenez. Se devemos aceitar que estamos todos – seja qual for nosso papel ou condição social – inexoravemente submetidos aos eventos de nascimento, doença, velhice e morte, também é verdadeiro que podemos optar por responder de forma mais saudável e íntegra às transformações que ocorrem ao longo das estações da vida.

Como, pela lógica da Natureza, o que é inevitável não pode ser um mal em si mesmo, é inteligente aprendermos formas de modular nossa resposta a esses fatos da existência. Nesse sentido, um estilo de vida mais simples torna possível um cotidiano mais pleno, mais saudável e mais alegre, com menos desperdício de recursos de qualquer tipo.
Por exemplo, podemos considerar nossa relação com nossos movimentos e pausas, no plano físico, emocional e mental. Nossa espécie mudou radicalmente seus padrões de comportamento em um curto período de tempo da história. Vivemos atualmente em uma sociedade focada em resultados. De certa forma, tornou-se imperativo ir mais rápido e mais longe, ainda que não reflitamos sobre para onde estamos indo. Estamos com as agendas sobrecarregadas, mas quase não fazemos o que nos traz alegria genuína. Movimentamos cada vez menos o nosso corpo, mas estamos quase sempre cansados, sem vitalidade.

Em termos de uso dos recursos naturais, nossa espécie consome mais do que nunca, e de forma desequilibrada. Ao mesmo tempo em que muitos padecem de fome, outros tantos sofrem pelos excessos alimentares. Atualmente, temos acesso a um incalculável volume de informações que nem conseguimos processar na forma de conhecimento, e que de certa forma obstam o surgimento da sabedoria que advém prioritariamente das vivências, e somente subsidiariamente de experiências virtuais.

Nessa linha de reflexão, certamente chegaremos ao questionamento sobre nossos padrões de uso do espaço e do tempo. E isso merecerá considerações amplas, em virtude da complexidade de suas causas e efeitos, e do potencial de transformação que existe em ações aparentemente triviais, tanto no plano individual quanto no coletivo. Nossa aspiração aqui é colaborar na difusão de práticas e informações qualificadas sobre esses aspectos.

Relacionamentos

Nossas identidades formam-se a partir de nossos relacionamentos, em um processo de cossurgimento simultâneo e interdependente. Qualquer papel que desempenhamos na existência só se manifesta através de um mecanismo relacional, em que nos desenvolvemos e expressamos como pessoas através de interações com o outro, com a alteridade, com esse elemento que nos serve de espelho.

Como nossas percepções da realidade são autoreferenciais, inevitavelmente serão incompletas, parciais, já na sua origem. Como diz Fernando Pessoa em seu poema, “…o que vemos não é o que vemos, senão o que somos.” Desse modo, a dimensão relacional de nossa existência pode ser uma fonte de grande contentamento e riqueza, na medida que nos descortina outras visões de mundo, outras formas de encarar os fatos e seus efeitos.
Em uma proposta de simplificar a vida, devemos considerar a possibilidade de nos relacionarmos, com os outros seres e com os fatos, de modo mais autêntico. Na medida em que nos liberamos da necessidade de atender ou ver cumpridas nossas expectativas, nosso nível de frustração diminui consideravelmente. Isso não significa abrir mão de apreciar o processo de aprimoramento, próprio ou de outro ser. Mas significa, isso sim, desfrutar desse processo como um caminhar, vendo o resultado como uma meta, um meio, e não como um fim em si mesmo.

Na prática, simplificar a dimensão relacional de nossa existência tem a ver com reconectar, em primeiro lugar, com nossa própria inteireza. Já foi dito que somos seres inteiros que se sentem incompletos. Por conta disso, muitos equívocos no âmbito dos relacionamentos encontram sua resolução através da clarificação de quais aspectos de nossas carências ou incompletudes podem ser supridos pelo retorno à nossa própria inteireza.